sábado, 2 de janeiro de 2010

Sílvia Michiko Kurokawa
Campo Grande, MS

No ano de 2001, após alguns anos da minha separação conjugal, resolvi vender um imóvel que alugava, porque estava com dificuldades para receber os aluguéis, e, às vezes, os inquilinos iam embora sem pagar os meses devidos e também contas de água e luz, tendo eu ainda que deixar o imóvel em condições de alugar novamente. Estando recém-separada e me sentindo muito frágil, com medo do futuro, pois, até então, nunca havia trabalhado nem tinha qualificação nenhuma para o mercado tradicional, acabei por atrair uma compradora que me trouxe vários problemas, mas também muito crescimento espiritual. A venda do imóvel se concretizou no dia 10/10/2001, com um carro de entrada e o restante do preço seria quitado em seis meses. Passado esse período, fiz várias tentativas de cobranças, sem sucesso. Passado quase um ano, vendo que não poderia mais fazer acordos verbais, decidi procurar uma amiga advogada, que também é preletora da Seicho-no-Ie, e demos início ao processo de cobrança judicial. Foi aí que começaram os “problemas”. No mesmo dia em que recebeu o comunicado para comparecer no escritório para o acordo, a compradora já começou com ameaças de morte. A partir de então, passei vários dias entre delegacias, fóruns, e advogados. O mais interessante foi que, num determinado momento, minha situação ficou similar à de uma múmia: parecia que não tinha para onde ir; ela não pagava o que devia, não transferia o carro para o meu nome, não aceitava acordos e também não saía do imóvel. Fiquei num beco sem saída. Já tinha começado determinadas práticas, mas parecia não ter fim. Por causa das ameaças, eu desistia do processo, mas a situação não resolvia: a casa não era minha nem dela, eu não podia usar o carro porque estava sem documentação, já devendo muito e precisando de manutenção. Eu não sabia o que fazer. E ainda tinha de andar a pé, com o carro na garagem. Meu Deus, era muito sofrimento, e eu ainda não entendia o porquê daquilo tudo. Um dia, estava numa das infinitas visitas ao fórum, perguntando para Deus o que eu estava fazendo ali, pois não era justo eu estar lá. Então, uma voz inaudível me disse: “Você está aí porque sua missão é ajudar essas pessoas”. Passei, então, a divulgar revistas sagradas. Passados três longos anos, ainda sem achar o fio da meada e sabedoria de que precisava para solucionar a situação, resolvi doar trabalho na Academia de Ibiúna, quase que como uma última alternativa. Telefonei para a coordenadora de caravanas e perguntei se ela não estava precisando de coordenadores para trabalhar. Como era de se esperar, a resposta foi positiva, e, mesmo financeiramente sem poder, resolvi ir. Foi a melhor coisa que fiz. Para o filho de Deus sempre há um caminho. Que bom era estar na Academia! Um dia, depois de ler a sutra sagrada no Santuário Hoozo, quando descia em direção ao salão nobre e passava em frente à sala de ofícios religiosos, que antigamente ficava ao lado do alojamento novo, novamente aquela Voz me disse: “Por que você não coloca no Santuário o nome das pessoas envolvidas?”. Eu nem questionei, nem vacilei ou pensei. Imediatamente voltei e inscrevi o sobrenome de todas as famílias envolvidas, o meu novamente, o da outra parte, dos advogados, do juiz responsável, e também do antigo proprietário do terreno, que já estava no mundo espiritual. Um dia, enquanto praticava a Meditação Shinsokan, nem estava pensando na casa e muito menos no processo – porque, quando praticamos Shinsokan, visualizamos somente o mundo perfeito e harmonioso de Deus, repentinamente me veio um sentimento de saudade muito forte da compradora do imóvel, de quem, até então, eu sentia temor, pelas ameaças que fazia. Fiquei surpresa, abri os olhos e pensei “É agora”. Busquei-a mentalmente e lhe pedi perdão, do fundo do coração, de alguma dívida que tinha com ela de outra vida, porque desta com certeza não era.F oi incrível! Isso ocorreu no Seminário de Carnaval. Quando chegou abril/05 (mês da Festividade), ela abandonou o imóvel! Entramos, então, com pedido de reintegração de posse, houve alguns contratempos, mas, desta vez, tudo transcorreu bem. Justamente em abril de 2006, mês da Festividade novamente, tomei posse do imóvel! Durante o período em que estavam ocorrendo todos esses fatos, eu vendi novamente o imóvel, sem a pessoa o ver! O comprador o comprou sem conhecê-lo, só de olhá-lo por fora! O juiz me deu ganho de causa em 14/12/2005; baseado nisso, o comprador quis o imóvel e só entrou nele em abril de 2006! Muitos fatos maravilhosos aconteceram depois, inclusive a oportunidade de desintegrar esse carma negativo, aumentar a minha convicção na Verdade “homem, filho de Deus”. Agradeço a Deus-Pai por me permitir conhecer esta Verdade, por fazer parte deste maravilhoso ensinamento; agradeço a todos os meus amigos e familiares, e a todos os antepassados.Muito obrigada.

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